Pensando em todos os livros que já li, e naqueles que me recuso a ler, questiono-me: até que ponto deixamos que a nossa mente fique a marinar em pedaços de nada, temperados com coisa nenhuma e acompanhado de filosofias medíocres?
Não querendo ser demasiado crítico ou parecer despeitado, pergunto-me: o que pode alguém como a Margarida Rebelo Pinto ensinar ou explicar com os seus livros, que, de nada têm tudo (se bem que quando se abrem, as letras se percebam, perfeitamente nítidas, impressas no branco do papel); é um livro oco, um “o quê” de quem não tem mais que fazer a não ser espreitar as chamadas revistas sociais (as vizinhas alcoviteiras disfarçadas), e responder com um “Sei lá”, completamente desinteressado, quando se lhe pergunta o que quis ela traduzir para o papel com tudo o que escreveu ou transcreveu.
Em tempos, e por brincadeira, deu na televisão um pequeno filme que demonstrava ao ponto a que chegou a cultura dos portugueses e o seu interesse pelos livros.
Esse filme apresentava alguém que explicava a utilidade de um livro: servia de travessa, para pôr os pés, para matar moscas, enfim ... servia para tudo menos para, entreter, para ensinar, para dar prazer e usufruto ao leitor.
No final percebi porquê. - Era um livro da tal senhora.
Não sei se temos bons escritores hoje. Há muitos, muitos anos tivemos alguns excelentes, mas ...
Se calhar isto da literatura é como o vinho, a colheita nem sempre é boa.
Mas não se pense que são só aos escritores novos que lhes parece faltar a “fruta” para que se possa saborear um bom livro.
Por exemplo: Saramago, que num diz que não diz, do que diz que disse, mas não disse e que ficou por escrever, sem pontuação (que é uma forma brilhante(?) de escrito – elogio de um jornalista a quando da entrega do Nobel da literatura a Saramago), mas que, sem sombra de duvida, nunca tinha sido lido por uma grande maioria da população e que, acho eu, essa mesma faixa continua sem conhecer realmente os escritos do homem (e por mim falo) e devo acrescentar que, apesar de já ter lido alguns livros, continuo a não entender a forma de escrita.
As obras desse senhor tiveram uma grande “explosão” de vendas, porque afinal é muito “in” ter 2 ou 3 livros do “prémio Nobel” em nossa casa, mas atenção: não se deve retirar o celofane para não apanhar pó.
A questão que prevalece é: será que os escritores portugueses são mesmo maus, ou escrevem mal e banalmente, porque sabem que os seus livros vão ser comprados por um décimo da população e que desses só metade ou menos o irão ler?
É que escrever livros como o do Manuel Jorge Marmelo (que além de um grande marmelo, deve ser parvo), sobre as mulheres trazerem livro de instruções – já agora porque não um que ensine os homens a ler e que traga tradutor – se bem que o livro trata apenas da pouca vergonha dos outros, que enganam as mulheres e os maridos, mas pavoneiam-se nas ruas como aristocratas.
Afinal o livro de instruções era para quê?
Mais um livro para a estante.
Ou ainda, uma pergunta que se me afigura e que salta do aparo para o papel, sem que consiga parar ...
Como é que alguém que é elogiada por ser uma jornalista multifacetada – trabalhou no Diário de Noticias, na “Marie Claire” (parece que acabou essa revista, será porque ela escrevia lá, ou porque o conteúdo escrito resumia-se a anúncios?), concebeu a revista “Pais e Filhos” (excelente, considere-se, apesar do excesso de publicidade), dirige a revista “Adolescente” (que ainda não consegui perceber, se é para os pais se para os putos) e ainda redige o suplemento do DN ao domingo – concebe escrever tantas “baboseiras” juntas num só livro?
No seu livro “Guia para ficar a saber ainda menos sobre as mulheres”, Isabel Stilwell fala da personalidade dos homens, manobrados pelas mulheres, como se toda uma vida em conjunto, ou os arrulhos de amor, fossem realmente originados de uma peça de teatro, como se os homens fizessem exactamente como é descrito, parecendo marionetas.
A escritora baseia saber cognitivo de um sexólogo, provavelmente frustrado com as suas prestações sexuais, com saberes de vivência, que certamente não são os dela e que, de certeza absoluta, não se assemelha ao que escreveu.
Assim, e em conclusão, consigo realmente compreender porque se gasta tanto tempo e dinheiro em, Big Brothers, Masterplans e outros programas aculturais e perturbadores. Se os livros são caros e não valem um “corno”, mais vale despejar o Cérbero num balde com álcool e fazer “zapping” nos canais da TV e proporcionar ao nosso corpo um sono relaxante no sofá.
quarta-feira, maio 10, 2006
Reflexões
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4 comentários:
eh!eh!
gama à vontade...
e ainda os tenho aqui... mas já tão prometidos a um priminho :o)
Ok. Eu fico-me então pela foto, para decorar as paredes nuas deste cafezinho...
Até que gosto dos livros da Margarida Rebelo Pinto , são de uma leitura "soft".
Quanto a Saramago, não suporto !
Bj
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