sexta-feira, maio 23, 2008

Indignação nº ... (nem sei em qual vamos)

Ainda a violência doméstica.
Será que sou só eu?...

António Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados tem uma opinião bastante "valorizada" sobre os casos de violência doméstica.
O senhor afirma não compreender porque deve o estado substituir a queixosa, mesmo que (e espantem-se) a violência provoque traumas profundos nas crianças menores, seja praticada à sua frente e comprometa para sempre a sua formação, mesmo que grande parte das mulheres se arrependam de apresentar queixa.

Neste ponto tenho que questionar: será que questionamos porquê? Já algum dinheiro dos estudos para Aeroportos foi desviado para saber o que leva estas mulheres a desistirem das queixas?

O senhor acrescenta:
"os casos de violência doméstica resolvem-se em casa, entre uma palmadinha na cara e um beijinho na testa. E quanto menos o Estado se meter nas agressões às mulheres, melhor"

Será que a conversa era a mesma se fossem elas a "malhar" forte e feio nos homens?
E o senhor que apresente o mesmo argumento, às famílias que este ano perderam um elemento da sua família por casos de "palmadinha na cara e beijinho na testa".

Sinceramente espero que nenhuma mulher venha a ter este senhor como advogado num caso de violência doméstica. Porque, ou o senhor é um completo ignorante machista, ou acha que o tipo de educação de alguns países é que está certa.

Quando Marinho Pinto diz que as mulheres que são "vítimas" de violência doméstica "não querem justiça - querem vingança"... eu pergunto:
Quando o senhor andava na escola e os colegas gozavam com ele, e lhe roubavam o dinheiro do almoço e ainda levava um pontapé no cu"... ele também queria "justiça"?

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