sábado, junho 07, 2008

Porque hoje me apetece poemar...

Sentado na mesa do canto
Observo o vai e vem dos empregados
muito empertigados
de farda imaculada
e pano imundo na mão
limpa a mesa e o balcão.
"Um café e um copo de água"
"Um queque e um galão"
pedem os clientes,
com pressa ... ou talvez não
O cliente jocoso
que brinca com a empregada estrangeira
a senhora septuagenária
que segura os dentes presos no pastel
o jovem apressado que já vem de lá gritando...

na mesa do canto... observo o mexe mexe
do café.

3 comentários:

Carla disse...

E nos movimentos e gestos dos clientes de um qualquer café apreendemos situações mais diversas, desde a solidão, à tristeza, ao semblante carregado de preocupação...
Bom fim-de-semana.
Beijocas

Anónimo disse...

às vezes tornamo-nos mais observadores da vida do que intervenientes. porque às vezes é preciso que usemos esse tempo de observação para posterior introspecção! mas quantas vezes nos perdemos nesses momentos, esquecendo o essencial da vida???
... encontrei um comentário teu que me fez pensar nisto. vou transcrevê-lo:
"As grandes pessoas são as que se escondem nas sombras.
Os actos de cada um serão lembrados por aqueles a quem dirigimos os nossos actos... o seu sorriso será o nosso prémio"
muitas vezes as pessoas a quem podemos fazer o bem, estão mesmo ali, ao lado. apesar de ser pouco provável alguém escrever sobre nós um dia, por termos feito sorrir os nossos... se o bem que madre teresa fez aos outros tivesse sido feito aos seus, quem a conheceria hoje???

bem hajam todos os que lutaram por outros e mais ainda quem luta pelos outros e pelos seus...

por mim falo...


07 Maio, 2008 09:54

Canephora disse...

Carla:
Desde sempre os cafés, estalagens e outros recintos do género foram os locais onde se procurava encontrar talvez o caminho... por escutar ou falar com alguém que pudesse ver mais do que apenas o semblante dos que frequentava esses locais.
Bjo

Ana:
já estava com saudades dos teus comentários. Muito trabalho certo?
Se assim for... pena... é sinal que andamos ainda mais decuidados com conosco e por vezes a por em risco os outros.
Um Abraço